sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

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Eu corri o mais rápido possível com as portas de vidro se fechando bem atrás de mim, assim que eu passava por elas. Mas, uma delas foi mais rápida do que eu, afinal, depois de passar por tantas portas sendo fechadas, algumas sendo esquecidas, e ainda por cima, tendo que escolher em qual direção seguir, eu tinha de estar cansada, por menos que fosse. As portas agora fechadas, simbolizavam que eu teria de parar em uma decisão por algum tempo. Tentei me lembrar qual havia sido a última decisão que eu havia feito. Parei por um momento, parei de respirar por alguns segundos que mais pareciam uma eternidade, lágrimas escorreram por minha face. Muitas e muitas lágrimas, simplesmente, porque eu havia lembrado da última escolha:te amar, sem motivo, sem razão, sem noção e absurdamente. Naquele momento, lembranças que eu pensava ter esqueecido há muito tempo, invadiram a minha mente, e do solo, surgiramaquelas imagens que eu lutava para esquecer, aquelas pessoas, para quem eu havia feito algumtipode mal, mas que alguma vezjá havia amado e muito. As imagens se aproximavam de mim, e eu desmaiei. Não sei por quanto tempo. Acordei com a mão sob o peito esquerdo, ela estava molhada, e isso me aparentou muito estranho, pois, o chão estava seco, então não havia chovido. Para minha surpresa, eu estava sangrando, cada imagem resolveu desaparecer com cada memória que ainda me restava sobre cada uma. Eles me formavam, eles me complementavam, eles, embora, eu nao quisesse, ainda faziam parte de minha história e ainda se lembravam do que eu havia feito a eles. Já sangrava demais, e não aguentava mais sofrer, tirei a pulseira de plastico cor de rosa do punho esquerdo e cavei um buraco ali mesmo. As lágrimas facilitaram o trabalho pesado. Enterrei aquela memoria, aquela pulseira, que para mim significava voce, e que eu tanto nao queria esquecer. Uma porta se abriu, sofrendo, com o que restava de meu coração doendo, passei por ela, andando desajeitada. Olhei para trás, e vi o morro de terra, onde haviaenterrado a pulseira, uma lágrima caiu e instintivamente, antes que a porta se fechasse eu corri para a pulseira. E corri de novo para a proxima porta. Mas, e a dor? Ela só piorava conforme eu andava nao cansando de olhar para a pulseira. Entao, resolvi guarda-la no bolso de trás da minha calça jeans, pois, assim, eu saberia que ela esteve e continuava estando lá, mas, só me lembraria das coisas boas, para voce nao conseguir levar o resto do meu coração.

2 comentários:

  1. acho que, tipo assim, eu nunca li um texto tão perfeito.
    sem puxa-saco, eu juro

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  2. obrigada amoor, voce sabe que eu amo os seus comentarios (:
    mas foi uma situação depressiva USAHAUHASUAHSU' merecia um texto como todas elas

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